Jorge Guerra Pires
Nova avaliação de alunos: apresentar exemplos que possam ser aplicados no dia a dia de trabalho
Atualizado: 5 de mai. de 2022
Uma vez vi uma palestra do Richard Dawkins, mas não consegui achar agora, que ele explica da dificuldade de ensinar alunos em classe: ele comenta que na Oxford eles tem aulas aluno-professor, um a um, como forma de mitigar as limitações de ensinar para todos. O que se pode chamar de "ensinar para todos".
Nós, professores online, passamos pelo mesmo dilema: como ensinar, de forma eficiente, de forma que os custos fiquem sobe controle para nós e paras os alunos, para alunos que não conhecemos o background?
Os princípios da instrução tem algo que venho testando: ativação de conhecimento. Isso assume que nem todos alunos partem do mesmo ponto ao fazer um curso. Precisamos ativar o conhecimento do aluno. Adiciona, mesmo as dificuldades são diferentes. Como tenho visto com alunos, alunos estão vindo para o mundo da programação de áreas tão diversas quanto culinária e artes: tive um aluno de cada.
Eu fiz uma reflexão, para os curiosos, no contexto da medicina: personalização vs. custos.
E no ensino: acho um desafio que ando estudando, lendo e interagindo com alunos. Também tenho outro desafio: como ensinar programação de forma que o aluno aprenda a ser autônomo? Como ensinar o aluno a programar? Fui o melhor da sala na graduação em programação, e vi a dificuldade das pessoas em aprender programação.
Uma vez escrevi:
Programar é difícil de ensinar por que é mais transpiração do que inspiração.
Fiz um postdoc, onde fiz uma plataforma do zero, grande parte era consertar erros de códigos, não inteligência e talento. Era transpiração mesmo. Pegava códigos prontos, e adaptava: mas antes precisava consertar, colocar para funcionar no meu contexto. Apesar de que via pessoas fazendo tutorais onde a pessoa sabia tudo de cabeça, isso não é o mundo real, não o mundo atual da programação, não a realidade de todo programador.
"A parte técnica é muito simples, todos os exemplos são muito simples." avaliação de aluno
Foi simples de propósito, para ensinar; tenho poder de fogo para piorar as coisas, mas não compensa, vai atender poucos alunos, ver figuras abaixo. Estou lendo um livro de TensorFlow.js, o autor mostra códigos complicados: ele não explica, somente partes, tive de aprender sozinho para programar em Angular.
Se o instrutor alterar uma pequena parte do código, já para de funcionar, se perde.
"On a course, do not focus on the coding, focus on the concepts" Traversia Media
Isso é programação caro amigo. Também, uso códigos de outro. Recebo alunos diariamente: eles me pagam por hora para isso, consertar códigos, basicamente isso. São contratados, e erros nos códigos são os maiores motivos para terem aulas. Ninguém até hoje me pagou no contexto de programação para ensinar teoria, eles me pagam para consertar códigos. Acredite ou não.
Essa revisão negativa de outro instrutor, em outro curso, acho que seria na mesma linha: o estudante reclama que o professor improvisa ao vivo. Quem sabe faz ao vivo!
Decidi deixas os erros como forma de aproximar da realidade, raríssimas vezes as coisas vão funcionar "bonitinho", mais de 90% do tempo de programação é concertando erros. Quando aluno de graduação, amava quando o professor errava na frente, e mostrava o erro na frente, valoriza mais do que professores que faziam tudo certinho: isso é vida real, isso é honestidade. Aprenda a consertar erro, isso é como vai ser sua vida! Quem sabe faz ao vivo, ensaiar qualquer ator ensaia.
"Coding is concept, not memorizing" Traversy Media
As conversas complementares, são vagas.
Acho que sei o que quer dizer: eu sou acadêmico, foco em conceitos, como escrevi no Medium:
"technologies come and go, but the coding principles in general remains!" Is the experience card really that meaningful in computer programming?
Eu foco muito em conversar com o aluno, em vez de simplesmente passar códigos. Fiz vários cursos online no meu postdoc: eu sempre odiei duas coisas desses cursos no YouTube:
Não passam as fontes, o instrutor passar a impressão de ser o único detentor do conhecimento; quando queria aprender mais, não tinha leituras recomendadas;
Não explicam os princípios por trás, como chegaram ao resultado. Qualquer pessoa decorando códigos consegue fazer vídeos online desta forma;
Acabei de escreve: Computer programmers behave like drug addicted . Escrevi para essa revisão sem ver a revisão. Quando o aluno reclamou, calculei que vinha uma revisão pesada: achei que seria pior, uma estrela.
Considerações finais
Eu tenho tentado chamar esses alunos para conversar, mas nunca obtenho retorno, não sei porque exatamente. Talvez tenham medo de conversar, talvez o site tem um sistema que dificulta o contato: não tenho e-mail dos alunos, somente como entrar em contato dentro da plataforma.
Adoraria aprender com esses alunos, estou fazendo de graça, sem cobrar. Em vez de ficar pegando receitas prontas do YouTube, como espetar o cabelo e usar vídeos chamativos e chamar os alunos de "devs" ou "bros", quero aprender a ensinar de forma eficiente, sem ofuscar os olhos do aluno com truques baratos.
Sondagem online sobre o que é programar
Nota do autor
Eu gosto de avaliação de alunos, mesmo que sejam negativas. Para ser mais sincero, gosto de prestar mais atenção a essas. O que mais me chateia não é a avaliação negativa, mas a incapacidade das pessoas de responderem quando peço mais detalhes, ou quero fazer um bate-bola: espero aprender algo. Talvez a pessoa ache que vou "tirar satisfação"; não é o objetivo, o objetivo é ver o curso da perspectiva do aluno, não do professor.
"O curso não atendeu as minhas expectativas. Achei a didática muito truncada. As conversas complementares, são vagas. A parte tecnica é muito simples, todos os exemplos são muito simples. Se o instrutor alterar uma pequena parte do código, já para de funcionar, se perde. Uma melhoria bem legal seria apresentar exemplos que possam ser aplicados no dia a dia de trabalho." Anderson Nascimento, fez o curso todo, parabéns, 100%😍😎😁
"Obrigado! "Uma melhoria bem legal seria apresentar exemplos que possam ser aplicados no dia a dia de trabalho." Poderia dar alguns exemplos do seu trabalho? Posso incorporar no futuro. Fica difícil de adivinhar, esse curso nasceu de uma moça em startup e do meu postdoc na Fiocruz, 2 anos, em certo nível, é real, de trabalho; nem sei se tem como programar sem ser real. Estou trabalhando nisso, em tornar o curso ainda mais próximo do aluno, isso se chama ativação do conhecimento, segundo os Es dos princípios da instrução de M. David Merrill (ver modelo meu Introdução à pesquisa científica | Recursos | First Principles of Instruction no YouTube) para ensinar. Concordo com o que disse, com relação às melhorias, e agradeço por fazer o curso todo, 100%. Vamos trabalhar juntos para melhorar? Estou pensando em lançar um ebook na Amazon, se for, aproveito para melhorar o curso. No momento, estou com outros cursos sendo lançados e ebooks, preciso focar nisso. Agradeço pela avaliação bem comentada. Sucesso e se precisar continuar discutindo, estou por aqui, podemos falar um a um se quiser,
Jorge,
Somente por curiosidade, o curso como um todo:
Aprendi algumas coisas sobre cursos de programação, comparado com outros que lancei:
Programadores tendem a focar mais na parte técnica do curso, em vez da formação do instrutor;
História do curso
Acredito que não podemos ignorar o histórico daquilo que estamos analisando. Adoro histórias de pessoas vencedoras ou mesmo empresas ou ideias. Por mais que não acredite em receitas de sucesso, acredito em padrões, em dicas, em princípios para nos guiar.
Esse curso foi meu primeiro curso de programação na Udemy, apesar de já ter tido lançado vários no YouTube, na Udemy foi o primeiro.
Os seguintes desafios e dúvidas assombraram minha mente no início:
Cursos de programação chegam a ter até 64 horas, sendo 15 horas quase a regra. Já tentou lançar um curso de 10 horas, como foi a primeira versão? Geralmente, a melhor forma de manter o curso coerente, penso, é lançar de uma vez.
Instrutores da Udemy enfrentam o seguinte desafios/dilema: se me dedicar demais, o curso pode não vender; se não me dedicar, posso ter uma nota baixa. Lançar um curso de 10 horas significar talvez mais de 100 horas de trabalho. Isso seria somente o processo de lançar.
Abaixo segue um fluxograma de como lançar um curso online, na Udemy.
Note que essa ordem seria a mais otimizada, a que mais tem funcionado para mim. Não significa que deva serguir essa ordem.
Como exemplo, baseado na minha experiência:
Análises de viabilidade primeiro - na minha visão, isso pode gerar um curso viável, mas fora dos seus interesses primários e atuais -> curso chato de fazer ou mesmo muito trabalhoso. Sempre foco em cursos baseados em conhecimentos que já tenho. Lançar um curso pode ser desafiador, sendo assim, motivação pode sim fazer a diferença, e muito. Ter de fazer um processo longo, como, acumulação de conhecimento, pode ser bem desanimador;
Consegue ver a diferença? Note a diferença entre os valores mensais que pode ganhar!
Vai encarar? Está cheio de cursos de JavaScript na Udemy! vai encarar? Não sei, depende de você!
Eu simplesmente não encaro, exceto se já estivesse trabalhando na área por anos, seguindo o fluxograma! Pode pensar de cada caixinha do diagrama adiciona riscos adicionais. Acumular conhecimento, como exemplo, é arriscado porque pode não gostar ou mesmo aprender bem, pode chegar no final e já ter vários cursos na área, bem mais do que incialmente viu.
Venho trabalhando em 3es: os princípios da instrução
De forma curiosa, estou trabalhando em um conjunto de princípios de instruções que visam tornar o curso mais interativo, mais engaging.
Minha ambição seria lançar um ebook. Esse curso foi lançado antes desses estudos, decidir manter assim para ter alguma comparação. Quero provar que os princípios funcionam, especialmente porque concordo.
Como provar? mostrando que a nota média dos cursos usando os princípios da instrução são em média maiores.
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